Logos são irrelevantes no branding moderno?
Exploramos se logos ainda são essenciais no branding, frente à inovação e adaptabilidade das marcas modernas.

“Os logos estão mortos. Ou estão?”
Os logos têm sido o alicerce visual do branding por mais de um século, simbolizando confiança, reconhecimento e legado.
Mas em 2025, o mundo do design está testemunhando uma mudança de paradigma. Desde sistemas de branding fluidos até experiências impulsionadas por IA, os logos estão sendo questionados como nunca antes.
Será que os logos são apenas relíquias simbólicas de uma era passada, ou ainda são a peça central da identidade de uma marca em um mundo obcecado por narrativas e adaptabilidade?
Branding Dinâmico: O Amanhecer de um Futuro Sem Logos?
Antes, os logos eram sagrados — símbolos imutáveis que definiam marcas por décadas. Hoje, as marcas mais inovadoras estão abandonando a rigidez pela fluidez. Os doodles diários do Google transformam seu logo em uma plataforma de narrativa, enquanto os gradientes dinâmicos do Spotify personalizam a experiência do usuário.

O exemplo mais provocativo? A recente reformulação da marca da Warner Bros. Seu novo sistema visual permite que o icônico escudo se adapte dinamicamente, mudando de cor, textura e estilo para combinar com o humor do conteúdo que representa. Isso sinaliza uma mudança radical: o logo como camaleão, em vez de âncora.
Se a identidade de uma marca está constantemente evoluindo, um único logo estático ainda tem poder? Alguns argumentam que não é mais necessário quando a marca em si se tornou a história.
Simples, Plano, Esquecível: O Minimalismo Arruinou os Logos?
A década de 2010 trouxe uma era de design plano, aclamada por sua clareza e funcionalidade. No entanto, essa tendência minimalista homogenizou os logos a ponto de se tornarem irrelevantes. Hoje, mal se distingue o logo de uma startup de tecnologia de outra.
Veja a evolução do Instagram, de sua câmera inspirada em Polaroid para um ícone de gradiente genérico. Ou o redesign controverso do Airbnb: um minimalista “Bélo” que foi ridicularizado online por se assemelhar a tudo, desde genitália até o logo de uma certa cadeia de fast-food.
Críticos argumentam que essas tendências levaram a logos tão simplificados que perderam sua alma.
Por outro lado, defensores afirmam que a simplicidade é poder em uma era onde a escalabilidade é crítica. Um logo deve funcionar em tudo, desde um smartwatch até um outdoor de 50 metros. Mas onde termina a escalabilidade e começa a banalidade?
O minimalismo transformou os logos em ruído visual. Você não consegue mais distinguir um logo de fintech de um aplicativo de bem-estar.
Branding Impulsionado por IA: O Logo Ainda Importa?
A IA revolucionou o branding, oferecendo ferramentas para criar experiências hiper-personalizadas. Imagine um logo que muda de cor com base na localização geográfica do espectador ou que adapta sua forma dependendo dos dados do usuário.
Com esse nível de adaptabilidade, um logo único e imutável começa a parecer ultrapassado. Marcas como Spotify e TikTok prosperam ao deixar que o conteúdo — e não seus logos — fale por elas.
Mas aqui está o dilema: enquanto a IA pode tornar os logos mais inteligentes, ela também dilui sua importância? Se o usuário lembra da experiência, mas não do logo da marca, a marca ainda vence?
Mídias Sociais Mataram a Estrela do Logo
Os logos costumavam ser o ponto focal das campanhas de marketing. Hoje, as mídias sociais mudaram a narrativa. Audiências mais jovens lembram-se mais de TikToks virais, guerras no Twitter ou momentos dignos de memes do que de um logo.
Marcas como Duolingo abraçaram essa mudança, utilizando personalidades ousadas e humor relacionável para dominar plataformas como o TikTok. Seu mascote é mais reconhecível do que seu logo.
Da mesma forma, os tweets atrevidos da Ryanair e as respostas afiadas da Wendy’s ofuscam suas identidades visuais.
Por que gastar milhões em redesigns de logo quando um único meme viral pode criar mais reconhecimento de marca do que um símbolo jamais poderia?
Um Futuro Sem Logos? Não Sejamos Precipitados
Apesar do aumento do branding fluido, sistemas adaptáveis e personalidades virais, os logos ainda têm valor. Eles fornecem um senso de permanência e confiança. Considere a maçã mordida da Apple ou os arcos dourados do McDonald’s — símbolos que permanecem gravados na memória coletiva, independentemente das tendências.
Além disso, os logos ainda desempenham um papel crucial em espaços offline. De fachadas de lojas a embalagens de produtos, um logo é muitas vezes a primeira e mais duradoura interação que um consumidor tem com uma marca. Embora possa não mais dominar, o logo continua sendo um elemento essencial em um ecossistema de marca fragmentado.
Os logos não estão mortos — eles estão evoluindo. O desafio não é a relevância; é a integração.
O Veredicto Final
Os logos podem não mais reinar supremos como a representação solitária de uma marca, mas declará-los irrelevantes é prematuro.
Seu papel está mudando — de uma marca estática para um componente flexível e integrado de sistemas de branding mais amplos.
Para os designers, isso não é um sinal de morte, mas um desafio: criar logos que não sejam apenas memoráveis, mas adaptáveis, escaláveis e capazes de evoluir com a marca.