A Morte do Clique: Rolagem Domina o Web Design
O clique morreu. Descubra como a rolagem transformou o design web, afetando UX e controle dos usuários.

Lembra do clique? Aquela ação decisiva de escolher e seguir um caminho no mundo digital? Pois é, o clique está morrendo. Lentamente, a rolagem tomou o controle, não apenas no UX, mas também filosoficamente.
No passado, explorávamos sites página por página. Hoje, aterrissamos em um site e começamos a rolar. A interação foi reduzida a um simples movimento de dedo. Embora soe acessível, pode ser um design preguiçoso disfarçado de conveniência.
Rolagem É o Novo Clique
A rolagem oferece mais controle aos designers e plataformas. O clique dava poder ao usuário; a rolagem oculta essa escolha. O design vertical de plataformas como Instagram ou TikTok é viciante e passivo, transformando os usuários em consumidores.
O foco não está na melhor experiência, mas em métricas como profundidade de rolagem e tempo na página. A rolagem é um comportamento a ser explorado e monetizado.
A TikTokificação da Web
O TikTok alterou o ciclo de dopamina. Você não clica, apenas desliza, e o próximo conteúdo chega automaticamente. Sites modernos imitam isso, com vídeos automáticos e navegação infinita.
A Ilusão da Liberdade
Dizemos que a rolagem é intuitiva, mas é uma meia-verdade. Às vezes, o atrito é necessário para clareza e decisão. Com cliques, o usuário escolhe a direção; com a rolagem, pergunta-se quanto ainda falta ver.
Designers São Cúmplices
Adotamos esse padrão porque clientes querem sites “modernos” e métricas exigem que os usuários rolem como zumbis. Projetamos para passividade, não para agência.
SEO e Rolagem Não Se Misturam
Motores de busca ainda precisam de páginas discretas. Cada vez que eliminamos cliques e alongamos a rolagem, sacrificamos a área indexável. A navegação baseada em cliques é melhor para arquitetura; a rolagem é melhor para vibes.
Rolagem Prejudica UX no Mobile
A rolagem deveria beneficiar o UX móvel, mas torna difícil lembrar onde você está, navegar de volta a uma seção ou compartilhar um elemento específico.
Scroll-Only UX É Hostil à Carga Cognitiva
Quando tudo está em uma página, sobrecarregamos o usuário. A navegação baseada em cliques oferece pausas e permite escolhas.
Não Há Volta—Mas Há um Meio-Termo
Não voltaremos a sites paginados, mas podemos admitir que a rolagem tem limites. Podemos projetar layouts híbridos com pontos de saltos baseados em cliques. Porque projetar só para rolagem transforma sites em máquinas de vigilância suave.
Scroll Final (Sim, Trocadilho Intencional)
O clique não morreu naturalmente—foi assassinado em nome de métricas de engajamento. Trocamos clareza por suavidade, agência por inércia. Talvez seja hora de projetar para a intenção novamente.