Por que a tecnologia se tornou impraticável?
Exploramos a complexidade da tecnologia moderna que frustra todos os usuários, exceto os mais familiarizados.
Lembra quando a tecnologia deveria facilitar a vida? Esse sonho está distante. Em vez disso, o UX moderno se tornou um teste de resistência, para ver até onde o usuário suporta antes de quebrar o dispositivo.
Adultos mais velhos estão sendo deixados para trás, lutando com interfaces sem sentido.
Mas o verdadeiro problema é que até os “nativos digitais” enfrentam designs contraintuitivos e processos complicados. Não é mais apenas um problema geracional, mas universal.
Empresas de tecnologia chamam suas interfaces de “intuitivas”, quando na verdade significam “intuitivas se você memorizou nossa lógica específica”. Capturar uma tela, por exemplo, pode exigir pressionar botões simultaneamente ou deslizar para ativar.
No MacBook, são três atalhos diferentes para capturar a tela, cada um mais obscuro que o anterior. Quem decidiu que uma função básica deveria ser um circuito de obstáculos?
Desligar um iPhone virou um desafio: segure o botão de energia, mas não por muito tempo, ou a Siri aparece. Depois, confirme com um deslize extra.
Interações diárias com a tecnologia viraram um jogo de adivinhação. Limpar o histórico de navegação no Chrome? Boa sorte. Está escondido em múltiplos menus, como se o Google quisesse que você desistisse.
Alternar entre apps no Mac? Melhor saber a combinação de teclas, porque clicar só vai desperdiçar seu tempo.
Até as Smart TVs são culpadas disso—ajustar configurações? Primeiro encontre o botão invisível na parte de trás.
Empresas fingem que seus designs são intuitivos. Mas intuitivo para quem? Para quem não passou anos usando o ecossistema, você fica perdido. Ícones não têm rótulos, porque “minimalismo” está na moda.
Isso não é apenas um inconveniente—é uma barreira de entrada para usuários mais velhos. Se der um iPad a alguém que não cresceu com gestos de toque, como vão saber que deslizar para cima abre o centro de controle? Não está escrito em lugar algum. Não há instruções.
Mas não é apenas mau design. Parte disso é intencional. Tornar tudo confuso beneficia as empresas. Interfaces frustrantes aumentam o tempo de engajamento.
Se não consegue desativar notificações, provavelmente as deixará ativas, aumentando as oportunidades para anúncios. Se inscreve acidentalmente em um teste gratuito, eles não vão lembrar quando termina, porque querem que esqueça para começar a cobrar.
A acessibilidade piora, com fontes menores e cores de baixo contraste. Controles por gestos assumem que você tem reflexos perfeitos. Se não tem visão, habilidades motoras e memória perfeitas para configurações obscuras, a tecnologia está contra você.
No momento, UX é etarista por design. Em vez de criar interfaces para todos, empresas produzem para jovens de 25 anos hiper-coordenados. Se você não se encaixa, fica lutando.
Por que isso não muda? Porque a Big Tech não se importa. Frustração mantém o engajamento. Quanto mais difícil é usar um app, mais tempo você gasta nele.
O único caminho para sair desse caos é a reação dos consumidores. As empresas não mudarão a menos que sejam forçadas. No momento, não têm incentivo para simplificar as coisas porque a complexidade beneficia o lucro.
Mas os usuários estão se cansando. Mesmo as gerações mais novas—supostamente boas com tecnologia—estão começando a resistir. As pessoas estão cansadas de aprender novos fluxos de trabalho complicados para realizar coisas básicas. Elas não querem UX “inovador”. Querem tecnologia que simplesmente funcione.
A questão é: quanto tempo levará para as empresas perceberem que tornar a tecnologia usável é mais importante do que torná-la cool?
Até lá, estamos presos a interfaces que exigem um PhD em frustração.